Em 1960 surgiu na literatura o conceito do modelo multidimensional da aptidão física que inclui várias componentes e engloba a efetiva função do individuo na sociedade, sem excessiva fadiga e com reserva de energia para ocupar no seu tempo livre. De acordo com este modelo, a aptidão física divide-se em duas dimensões principais: a aptidão fisiológica e aptidão física relacionada com saúde.
A aptidão fisiológica é composta pela análise de várias variáveis, como a pressão arterial, o perfil sanguíneo e a integridade óssea. A aptidão física relacionada com saúde inclui as componentes cardiovasculares, força, resistência muscular, flexibilidade e composição corporal.
Em 1988, Pate descreveu a aptidão física relacionada à saúde como a capacidade de realizar atividades do quotidiano com vigor e energia e demonstrar traços e capacidades associadas a um baixo risco de desenvolvimento de doenças crónico-degenerativas. Pate, relacionou aptidão física com a capacidade funcional, trabalho físico e performance da atividade física, sendo a sua intenção descrever um conceito de aptidão física aliado à capacidade de produzir grande quantidade de atividade motora.
O conceito de aptidão física relacionada à saúde, segundo Guedes e Guedes (1995), implica a participação de componentes voltadas para as dimensões morfológicas, funcional-motora, fisiológica e comportamental.
A dimensão morfológica reúne aqueles componentes que se identificam com a composição corporal e a distribuição da gordura corporal, que apresentam alguma relação com o estado de saúde.
A dimensão funcional-motora engloba a função cardio-respiratoria, representada pelo consumo máximo de oxigénio e pela função musculo-esquelética, que atende aos índices de força/resistência muscular e de flexibilidade.
A dimensão fisiológica inclui aqueles componentes em que alguns valores clínicos são mais desejáveis do que outros na preservação do funcionamento e equilíbrio orgânico. Nesse caso os componentes considerados são a pressão sanguínea, a tolerância à glicose, a sensibilidade à insulina, a oxidação de substratos, os níveis de lípidos sanguíneos e o perfil das lipoproteínas.
Segundo Guedes e Guedes (1995), a dimensão comportamental refere-se às componentes relacionadas com tolerância ao stress, de natureza emocional e psicossocial, que demonstram adaptações positivas à realização regular de atividades físicas e de programas de exercícios físicos.